E-mail
Clandestino num crepúsculo, sonhei carinho.
Aquele lance não precisa ser uma mais mágoa.
Queria mandar piscadela, ao meio da minha loucura de tigre.
Fiz merda no tempo, lógico.
Nesse agora, percebo o ontem.
Mas, pretendo colorir o sentimento.
Mandar um quê: de afago!
Saber do por aí…
O papo do se você vai bem…
– Aqui tudo ainda matemática…
Você bem me sabe.
O de sempre cálculo do entretanto.
Na madrugada, vagabundeando no escuro,
lembrei de você quando encontrei uma estrela perdida no bolso.
Senti um quero quero de dentro.
Que iluminou um te ver de novo – do jeito do assobio
distraído de peito.
Dançar uma vontade juntos.
E inventar planinhos improváveis: mirando galáxias.
* * *
* *
* *
Na sombra do escuro, peripatético,
aprendi que uma qualquer noite:
é uma noite.
Pode ser depois da décima oitava lua.
Ou antes daquele acorde.
Encantei um encontro na esquina do pressentimento
com alameda da possibilidade…
O horário: quando o ponteiro do crime
badalar sete razões para sonhar.
(E se eu resolver ir de chapéu,
você promete usar aquele vestido?)
Vou estar lá insano, indecente.
Um astro cadente no bolso, um presente
para você fazer um pedido que te dê insônia.
E terei na boca de promessa
todas as chances de cometa.
Estarei lá, pontualmente, para sempre.
Mesmo que você decida simplesmente –
não aparecer.
Beijo de beijo desencontrado nos olhos lindos,
do tipo que pode funcionar, num repente, porque a gente não espera,
receber mais que um logo em cima do outro…
Beijo!
Eu.